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PROPPI realiza I Workshop de Autoavaliação da Pós-Graduação Stricto Sensu da UFF

Proppi realiza o I Workshop de Autoavaliação da Pós-Graduação Stricto Sensu

A Universidade Federal Fluminense, através de sua Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação – PROPPI, realiza no dia 18 de outubro o Workshop de Autoavaliação da Pós-Graduação Stricto Sensu da UFF, onde serão apresentados os resultados dos grupos de trabalhos por área da Capes. 

A mesa de abertura acontece a partir das 13:00h desta quarta-feira

A transmissão será feita pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=sWmMeZKA1gE

Professor Marcos dos Santos tem livro lançado sobre Ferramentas Computacionais de Apoio à Tomada de Decisão

Professor do Programa de Engenharia de Produção da UFF é coautor de livro sobre Ferramentas Computacionais de Apoio à Tomada de Decisão

Um novo livro que aborda o tema crucial da tomada de decisão, sob uma perspectiva matemática e computacional, foi lançado recentemente, com o professor do Programa de Engenharia de Produção desempenhando um papel fundamental como coautor.

A tomada de decisão é um elemento fundamental em nossas vidas diárias, seja para escolhas simples ou questões mais complexas. O Professor Doutor Marcos dos Santos, coautor deste livro, destaca a necessidade de ferramentas adequadas, sejam elas de natureza matemática ou computacional, para tornar o processo de tomada de decisão mais estruturado e racional.

Este novo livro é resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento de modelos matemáticos para apoiar a tomada de decisões. O objetivo principal é tornar a matemática e a computação acessíveis a qualquer pessoa interessada no assunto, alinhado com a missão dos cientistas de dialogar com a sociedade e tornar seu trabalho significativo.

Muitos dos conceitos apresentados no livro foram desenvolvidos em instituições de renome, como o Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), com a colaboração de alunos de mestrado e doutorado. O legado deste trabalho é uma contribuição valiosa para a ciência brasileira.

O Professor dos Santos, que acumula duas décadas de experiência docente e impacto global, já orientou mais de 10.000 alunos em mais de 20 países. Seu trabalho também é evidenciado por um índice H-28 na base Scopus, com mais de 800 pesquisas apresentadas e/ou publicadas em periódicos nacionais e internacionais.

O livro inclui um prefácio escrito pelo renomado Prof. Dr. Luiz Paulo Fávero, uma das principais autoridades em Ciência de Dados e Pesquisa Operacional no Brasil.

É importante notar que apenas 400 cópias deste livro foram disponibilizadas pela editora, tornando-o uma obra de destaque e relevância no campo das ferramentas computacionais de apoio à tomada de decisão.

Autoavaliação do Programa de Pós Graduação (Mestrado e Doutorado) em Engenharia de Produção da UFF: Rumo à Excelência Acadêmica

Comunidade acadêmica participa de autoavaliação do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção UFF: participação de todos é fundamental para o sucesso da iniciativa 

Em um esforço contínuo para aprimorar a qualidade de seu ensino, pesquisa e extensão, o Programa de Pós Graduação Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) está realizando uma abrangente autoavaliação. Esta iniciativa reflete o compromisso do programa em alcançar padrões de excelência acadêmica e contribuir significativamente para o desenvolvimento do conhecimento científico, tecnológico e socioeconômico.

A autoavaliação é uma etapa crucial no processo de melhoria contínua e na preparação para a avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão responsável por avaliar programas de pós-graduação em todo o Brasil. Essa avaliação é fundamental para a obtenção de recursos e reconhecimento acadêmico.

O diferencial desta autoavaliação é a inclusão de todas as partes interessadas, incluindo docentes, discentes e egressos. A voz de cada grupo é considerada essencial para a avaliação abrangente do programa, proporcionando insights valiosos sobre áreas de sucesso e oportunidades de melhoria.

Para os docentes, a autoavaliação é uma oportunidade de refletir sobre suas práticas pedagógicas e de pesquisa, bem como sobre sua contribuição para o desenvolvimento do programa. O feedback dos discentes oferece percepções valiosas sobre a qualidade do ensino e do ambiente acadêmico, enquanto os egressos podem fornecer informações sobre o impacto de sua formação no mercado de trabalho e em suas carreiras.

Esta iniciativa também está alinhada com o compromisso da UFF de promover a qualidade na educação superior e na pesquisa. O Programa de Engenharia de Produção reconhece que a autoavaliação é um processo contínuo e está comprometido em usar os resultados para aprimorar suas atividades acadêmicas e alcançar um desempenho ainda melhor na próxima avaliação da Capes.

A autoavaliação é uma prova do compromisso da UFF em fortalecer sua posição como uma das principais instituições de ensino e pesquisa do país. Acreditamos que, por meio de um esforço conjunto de nossa comunidade acadêmica, continuaremos a alcançar níveis mais elevados de excelência e a contribuir significativamente para o avanço da ciência, tecnologia e inovação em nosso país.

Fique atento para mais atualizações sobre o processo de autoavaliação do Programa de Engenharia de Produção da UFF. Seu envolvimento é fundamental para nosso sucesso contínuo. Juntos, estamos construindo um futuro acadêmico brilhante e promissor.

Para mais informações, entre em contato com a Coordenação do Programa.

 
 

Nos dias 27, 28 e 29 professores e alunos do TPP UFF participam do VIII Encontro Científico e X Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação em Engenharia de Produção

Docentes e discentes do TPP UFF (Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da UFF) participam entre 27 e 29 de Setembro do VIII Encontro Científico e X Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação em Engenharia de Produção, na cidade do Rio de Janeiro

 

Nos dias 27, 28 e 29 professores e alunos do TPP UFF (Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da UFF) participam do VIII Encontro Científico e X Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Na oportunidade, o programa estará representado por diversos docentes e discentes, bem como pelo seu atual Coordenador, Professor Robisom Damasceno Calado.

O EPPGEP é o Encontro Científico da ANPEPRO, que tem como objetivos: Foco em Pesquisa; Criação de um ambiente de aconselhamento aos alunos de Pós-Graduação; e, Reconhecimento dos alunos de Pós-Graduação em Engenharia de Produção com melhores resultados.

ENPPEPRO é o Encontro Nacional de Programas de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, que tem como objetivo principal gerar subsídios para um planejamento estratégico dos programas e identificar oportunidades de parcerias entre os Programas envolvidos.

Durante os eventos serão realizadas:

  • Sessões para apresentação dos artigos de MA, DO, MP e PT. 
  • Mesa Redonda com palestrantes pesquisadores convidados para realizar a plenária, com atuação internacional (seja Brasileiro ou estrangeiro), comprovada pelo impacto de sua produção e atuação em pesquisa.
  • Reunião de alunos com editor de periódico (plenária com apresentação por editores de periódico ou membros de corpo editorial com papel de editoração) com impacto relevante na área.
  • Sessão Plenária para apresentação de artigos finalistas à Premiação do Doutorado.
A Escola de Engenharia da UFF é parceira na realização do evento, que acontece nas instalações da FIRJAN / SENAI Tijuca na cidade do Rio de Janeiro.



 
 

Todos setores entram no mercado de carbono, diz secretária de Mudança do Clima

Segundo Ana Toni, a lógica da regulação de emissões será por volume de gases lançados na atmosfera; agro está contemplado

Por Vanessa Adachi

 

A maioria dos mercados regulados de carbono mundo afora opera com uma lógica setorial. Ou seja, os setores intensivos em carbono que precisam ter suas emissões limitadas fazem parte do mercado regulado. 

Segundo Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, no Brasil o princípio será outro. “A proposta de mercado regulado que está no Senado não tem um olhar setorial, mas sim em termos de limites de emissões”, disse ela ao Reset, por telefone, a partir de Nova York, onde integra a comitiva do governo brasileiro que participa da Semana do Clima. 

Ou seja, independentemente do setor de atividade, os maiores emissores terão um teto a respeitar. 

Segundo Toni, isso contempla inclusive a agropecuária, uma das grandes dúvidas que pairam hoje no mercado sobre o esquema de redução de emissões proposto.

Na avaliação do governo, que elaborou o substitutivo ao projeto de lei apresentado e relatado pela senadora Leila Barros (PDT-DF), “não importa qual o setor de atividade, é melhor olhar para valores emitidos. Dentro de todos os setores há quem emite pouco e quem emite muito”.

O texto prevê que limites serão impostos a negócios que lancem mais de 25 mil toneladas de CO2 equivalente por ano.

O entendimento entre especialistas é que a definição dos setores integrantes do mercado brasileiro seria feita numa etapa posterior de regulamentação. A abordagem seria progressiva, começando pelos setores de maior intensidade de carbono e aqueles em que há mais ferramentas de medição e controle – indústrias pesadas, como siderurgia e energia, por exemplo.

Nenhuma outra jurisdição impõe limites de carbono ao agronegócio. Mas o perfil das emissões brasileiras é distinto do de outros mercados, com uma forte participação das atividades agropecuárias no volume de gases lançados na atmosfera. 

Encontrar o equilíbrio entre a pressão dos ambientalistas, que querem regular o carbono emitido pelo agro, e os produtores, uma grande força exportadora representada pela poderosa bancada ruralista no Congresso, é um dos pontos que podem selar o destino do PL. 

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) apresentou emendas ao texto sugerindo a criação de um terceiro tipo de ativo negociado, as remoções líquidas de gases de efeito estufa.

Nos mercados já operantes, e também no projeto em discussão, existem dois ativos: as “permissões para poluir”, concedidas pela autoridade reguladora, e as reduções obtidas pelas empresas que fizeram o dever de casa. 

Um participante do mercado que emite além das permissões concedidas pelo regulador pode “fechar a conta” comprando as sobras de outra empresa que foi além de suas metas.

A emenda sugerida por Marinho abre espaço para que o agronegócio, em vez de ser penalizado, se beneficie da legislação. O setor emite e sequestra carbono ao mesmo tempo. Dependendo da como for contado o saldo de carbono, os produtores poderiam se tornar vendedores no mercado regulado.

Ana Toni diz que “as metodologias que fazem a contagem de gases estão mais atrasadas no agro do que, por exemplo, no setor de energia” e que é preciso que tudo isso esteja bem estabelecido para que o sistema seja equilibrado.

Uma vez redefinido o orçamento de carbono do país, diz Toni, o grupo de trabalho sobre o Plano Clima, dentro do CIM, terá a atribuição de definir os cenários de emissões para setores da economia e também desenhar planos e acordos para se chegar lá.

Desse GT sairão 8 planos setoriais para mitigação da emissão de gases e 14 planos de adaptação à mudança climática.

Em mitigação, os planos serão dos setores de mudança do uso da terra, agricultura e pecuária; cidades, energia, indústria, mineração, resíduos e transportes. Em adaptação estão contemplados agricultura, pecuária, biodiversidade, cidades, gestão de risco e desastres, indústria, energia, povos e comunidades tradicionais, população negra e povos indígenas, recursos hídricos, saúde, segurança alimentar, oceano e zonas costeiras e transportes.

A ideia é que os planos sejam apresentados até, no máximo, janeiro de 2025. Na sua visão, com cinco anos a partir disso para começar a entregar reduções, o prazo não é apertado.

“Claro que perdemos tempo nos últimos quatro anos. Mas o Brasil não está saindo do zero na corrida para descarbonizar. Já tem planos como o PPCDAm e o PPCerrado, além de planos para o setor de energia que estão sendo implementados. Mas queremos saber se podemos ser mais ambiciosos e detalhistas, qual a curva de descarbonização e quão acentuada ela pode ser.”

A ideia, diz ela, é começar olhando para intervalos de orçamentos de emissão para cada setor, trabalhar nos planos setoriais e ver se a conta do orçamento geral fecha ou se podem ser mais ambiciosos.

Segundo Toni, esse processo de construção dos planos será bastante participativo. “Todos os planos irão para consulta pública. E os ministérios que estão a cargo dos planos setoriais farão uma construção junto ao setor privado, academia e organizações da sociedade civil. A inteligência coletiva é sempre melhor do que uma única.”

A próxima reunião do CIM está marcada para novembro, para que o governo chegue alinhado à cúpula do clima em Dubai, a COP28.

 

Fonte:  https://capitalreset.uol.com.br/agronegocio/agro-entra-no-mercado-de-carbono-diz-secretaria-de-mudanca-do-clima/?utm_campaign=19092023_-_ana_toni_-_mercado_regulado&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

A transição ecológica do Brasil depende da política macro

Não podemos ter expectativa de um boom de investimentos verdes no país sem o compromisso claro com o retorno ao grau de investimento

Por Winston Fritsch

 

O governo parece finalmente ter completado o desenho de sua política de transição ao baixo carbono, com o anúncio do chamado Plano de Transição Ecológica previsto para ser lançado já no segundo semestre de 2023. 

Esta política começou a ser desenhada desde o início da nova administração, com a implementação de um esquema de governança “transversal” da política climática, com secretarias focadas na transição nos ministérios-chave e um ataque intransigente ao desmatamento ilegal da Amazônia, responsável por cerca de metade das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, que nos dão a nada invejável posição de 5º maior poluidor do mundo.

Agora, o governo completa o trabalho ao encaminhar um substitutivo aos projetos de lei há muito em discussão no Congresso, propondo regras para a precificação eficiente das emissões de carbono – requisito fundamental de qualquer política de clima – e lança o chamado Plano de Transição Ecológica que, embora ainda seja apenas uma vasta lista de intenções, deve, segundo o ministro da Fazenda, produzir um conjunto de incentivos ao investimento de impacto climático e “ser a grande marca do terceiro mandato de Lula”.

O desenho de instrumentos para incentivar investimentos de impacto climático – centrados na eletrificação verde e sua infraestrutura – não exige muita criatividade. Existe consenso de que deva ser um tripé de instrumentos formado por precificação do carbono (como o sistema europeu), incentivos fiscais temporários focados em projetos e atividades de impacto (como o IRA americano, em nosso caso possivelmente mais centrado em incentivos ao investimento) e, por último, mas essencial, um ambiente onde o setor privado seja atraído para financiar esses investimentos. 

O principal problema está no desenho desse último objetivo: qual o tamanho da conta e de onde virá o dinheiro? 

Estimativas das necessidades de investimento na transição climática dos países em desenvolvimento e do papel central do investimento privado nesses fluxos variam, mas estão convergindo. Se usarmos um número recente e de grande autoridade, produzido pelo Grupo Independente de Especialistas criado pelo G20, veremos que, para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, os países em desenvolvimento (excetuando-se a China) teriam que elevar até 2030 seus investimentos de impacto climático – ou seja, fazer investimentos adicionais – em US$ 1.8 trilhão, na maior parte em infraestrutura. Isto representa nada menos do que quadruplicar o nível de investimentos existente em 2019. 

Deste total, estima-se que cerca de US$ 500 bilhões viriam das chamadas Instituições de Financiamento do Desenvolvimento, a rede de bancos multilaterais e nacionais de fomento que, naturalmente, teria que ser reformada para prover este volume. 

O restante dessa enorme despesa de capital, mais de US$ 1 trilhão, terá que vir de investidores privados. E a maior parte disso em financiamentos externos do conjunto de bancos e enormes gestoras de ativos globais que gira em torno do sol de Wall Street.  Como dizem por lá, no small thing.

Para responder a esse desafio, o Banco Mundial acaba de criar o que chamou de Private Sector Investment Lab – uma iniciativa a ser liderada por um grupo de 15 CEOs de grandes instituições financeiras privadas internacionais – visando criar soluções inovadoras para promover o investimento do setor privado em investimentos de impacto climático em países menos desenvolvidos. 

O Lab já está em ação e deverá se concentrar inicialmente em escalar o volume de transition finance voltado para energias renováveis e infraestrutura energética. Ou seja, as engrenagens começam a se mexer para endereçar o que até hoje tem sido a parte mais desafiadora da solução do problema do aquecimento global: trazer o setor financeiro privado dos países desenvolvidos para a mesa. 

Atrair investimentos privados não deveria ser difícil para economias que possuem recursos naturais que lhes permitam gerar oportunidades rentáveis de investimento em energia verde, como o Brasil. 

Entretanto, a percepção de risco do mercado internacional faz com que um projeto no Brasil, com taxa interna de retorno não alavancada equivalente ao de um projeto, digamos, europeu, se torne não competitivo na atração de investimento por ter um custo de financiamento internacional vários pontos de percentagem superior ao do projeto europeu.

Esta distorção existe por duas razões. A primeira, muito importante em projetos de eletrificação, existe porque a energia elétrica é, em geral, um bem produzido para o mercado interno e, portanto, existe risco cambial para o investidor estrangeiro. E os custos de cobertura de risco (hedge) cambial cobrados para financiamento de projetos em países emergentes pelos bancos internacionais são altos e cíclicos, fruto de uma miopia do mercado internacional de capitais empiricamente demonstrável, que amplifica desproporcionalmente o impacto de estresses financeiros correntes na avaliação do risco de longo prazo.

É por isso que os primeiros anúncios da criação do Lab do Banco Mundial foram provocados por esse tema e pela ideia de criação de um fundo segurador para minimizar este risco, sobre o qual escrevi em recente artigo no Valor Econômico.

Entretanto, no Brasil, o potencial de geração de energia limpa eficiente é muito superior à demanda doméstica projetada nas próximas décadas, o que permite que se pense realisticamente em liderarmos a transição à era do hidrogênio verde, transformando elétrons baratos em moléculas exportáveis sob múltiplas formas. Isto permitiria realizar estes grandes projetos sem risco cambial relevante, pois projetos deste tipo têm um hedge natural em suas receitas denominadas em dólares.

Mas, infelizmente, ainda permanecerá o obstáculo principal ao financiamento externo privado de projetos de infraestrutura no Brasil: o alto prêmio de risco de longo prazo do país, resultante das percepções de mercado sobre a instabilidade do arcabouço da política monetária e fiscal do país.

Especialmente no quadro atual de contração de liquidez global e de tensões geopolíticas, não podemos, realisticamente, ter a expectativa de um boom de investimentos verdes no Brasil se a política macroeconômica não tiver compromisso claro com a meta de perseguir o retorno ao grau de investimento.

A alternativa seria estimular os investimentos com recursos públicos, distribuindo subsídios desnecessários e comprometendo ainda mais o equilíbrio fiscal de longo prazo.

Em outras palavras, se a grande marca a ser deixada pelo terceiro mandato de Lula, como diz o ministro da Fazenda, será ter estimulado uma onda de investimentos na transição ao baixo carbono, a prioridade deste governo deverá ser a execução de uma política macroeconômica que acelere a queda do risco país, complementada pela criação de um ambiente regulatório de primeiro mundo.  

Winston Fritsch é PhD em Economia pela Universidade de Cambridge, foi Decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio e Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Tem longa atuação na gestão de instituições financeiras e é Conselheiro Emérito do CEBRI.

 

Fonte:  https://capitalreset.uol.com.br/financas/a-transicao-ecologica-do-brasil-depende-da-politica-macro/?utm_campaign=12092023_-_winston__incendio&utm_medium=email&utm_source=RD+Stationhttps://capitalreset.uol.com.br/financas/a-transicao-ecologica-do-brasil-depende-da-politica-macro/?utm_campaign=12092023_-_winston__incendio&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Governo apresenta proposta de mercado regulado de carbono

Projeto estabelece limites obrigatórios de emissões e um sistema de comercialização de permissões de emissão semelhante ao europeu

Por Sérgio Teixeira Jr.

 

O governo apresentou sua versão do projeto de lei que institui no país um mercado regulado de carbono para impor limites compulsórios de emissões de gases de efeito estufa para setores e empresas.

Depois de pelo menos cinco PLs e mais de três anos de idas e vindas, a expectativa é que a legislação seja finalmente aprovada, como um componente do chamado Plano de Transição Ecológica.

O projeto prevê a criação de um sistema conhecido como cap-and-trade, semelhante ao que vigora na União Europeia desde 2005. Os ativos de carbono são definidos como ativos mobiliários – sob o guarda-chuva da CVM – o que permite a criação de novos produtos financeiros.

 

Os direitos de populações indígenas e tradicionais, muitas vezes afetadas por projetos de geração de créditos de carbono do mercado voluntário, também estão contemplados no texto.

“Achei um texto muito bom do ponto de vista técnico. É a melhor versão das que já vimos até agora”, diz Caroline Dihl Prolo, advogada especializada em clima e colunista do Reset.

“São mais pontos positivos que negativos. E muito importante: não tentaram reinventar a roda. O texto se inspirou nas experiências de outras jurisdições.”

O funcionamento do mercado regulado

O ponto central do projeto, apresentado como substitutivo do PL-412 e relatado pela senadora Leila Barros (PDT-DF), é o mecanismo do mercado regulado de carbono e sua governança.

Cada uma dessas autorizações de emissão, chamadas de Cotas Brasileiras de Emissões (CBE), equivale a uma tonelada de CO2 ou o equivalente em outros gases de efeito estufa.

Se a companhia emitir mais que as CBEs que tem em mãos, precisa ir ao mercado adquirir Certificados de Redução ou Remoções Verificadas de Emissões para fechar a conta.

A empresa que emitir menos do que tinha direito – ou seja, tiver uma sobra de CBEs – pode vender o excedente para outra que esteja com saldo negativo.

Os primeiros alvos dos mercados regulados usualmente são as indústrias mais poluentes, tais como siderurgia, cimento e petroquímica. Mas o PL ainda não definiu setores, algo que ficará para a fase de regulamentação da lei.

“Parece algo deixado de fora propositadamente, pois ainda haverá muito debate sobre isso”, diz Renata Amaral, sócia do escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe e especialista em meio ambiente.

Ela menciona o agronegócio. De um lado existe pressão para que as emissões do campo sejam limitadas; de outro, há uma resistência enorme tanto dos produtores quanto da bancada que representa esse interesse no Congresso, argumentando que o setor não é regulado em lugar nenhum do mundo.

Mas há uma referência no texto do PL a dois patamares numéricos de emissões (em milhares de toneladas de CO2 equivalente emitidas anualmente, ou tCOe).

 

O órgão regulador – batizado de Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, ou SBCE – fica responsável por determinar os setores da economia sujeitos a tetos de emissões e por conceder (ou vender em leilões) permissões de emissão às empresas.

Fonte: https://capitalreset.uol.com.br/carbono/governo-apresenta-proposta-de-mercado-regulado-de-carbono/?utm_campaign=23082023_-_mercado_carbono__mombak&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Pesquisa da Bloomberg revela demanda crescente por dados ESG, mas os desafios de gerenciamento de dados persistem

Mais de 9 em cada 10 executivos planejam aumentar os gastos com dados ESG

Por Notícias ESG 

 

A procura de dados ESG está a aumentar, de acordo com um novo inquérito da Bloomberg e da Adox Research a mais de 100 gestores de carteiras, executivos de risco climático e executivos de gestão de dados. A pesquisa revela as prioridades das empresas em termos de gastos com dados ESG, bem como abordagens para aquisição e gestão de dados ESG.

Quase todos os executivos (92%) planeiam aumentar os seus gastos ESG em pelo menos 10%, com 18% a planear aumentar os seus gastos em 50% ou mais. As três principais áreas nas quais as empresas estão priorizando esses gastos são benchmarks e índices ESG (29%), dados relatados pelas empresas (23%), pontuações ESG (20%) e dívida sustentável (19%). Quando questionados sobre quais critérios eram mais importantes para selecionar um fornecedor de dados ASG, a qualidade dos dados ficou em primeiro lugar, seguida pela amplitude da cobertura.

A pesquisa destaca um forte contraste entre as empresas na percepção das suas capacidades ESG. Embora a maioria dos entrevistados (64%) se considere à frente da concorrência, quase 30% reconhecem sentir-se um pouco ou significativamente atrasados. No entanto, os entrevistados são quase unânimes em uma questão: 99% dos executivos concordam que suas organizações valorizam os dados ESG, citando sua importância para acompanhar o ritmo de seus pares (45%), alcançar uma vantagem competitiva (44%) e para conformidade regulatória (10). %).

 

“Uma vez categorizados como uma fonte de dados alternativa, os dados ESG rapidamente se tornaram parte integrante do valor que as empresas financeiras entregam aos seus clientes. Os executivos estão fazendo investimentos estratégicos significativos na aquisição e gestão de dados ESG para se diferenciarem e atenderem à demanda regulatória e dos clientes”,

disse Leila Sadiq, chefe global de conteúdo de dados empresariais da Bloomberg.

“Para ajudar nossos clientes a obter insights significativos de seus dados com mais rapidez, continuaremos investindo e fornecendo dados e análises ESG abrangentes e de alta qualidade que se integram de forma eficiente aos dados fundamentais existentes, proporcionando aos clientes uma visão holística de suas operações.”

Embora as empresas procurem obter mais dados ASG, também se debatem sobre a melhor forma de os gerir. Mais de 70% das empresas relatam adotar uma abordagem ad hoc ou descentralizada para adquirir e gerir os seus dados ESG. Apenas cerca de um terço dos entrevistados (29%) adota uma abordagem holística em toda a empresa para avaliar, implementar e racionalizar os seus dados ESG.
 
Dada esta fragmentação, os aspectos mais desafiadores da gestão de dados ESG são lidar com novos conteúdos de dados ESG e em constante evolução (55%), gerenciar vários feeds de dados de fornecedores ESG (50%) e alinhar o conteúdo ESG aos dados de entidades existentes (48%). Quando se trata de opções técnicas de entrega de dados ESG, a nuvem é a preferência clara para 85% dos entrevistados, seguida por Rest API (7%), SFTP/Parquet (6%) e SFTP/Solicitação/Resposta (3%).

“Como confirma esta pesquisa, nossos clientes estão enfrentando o desafio de integrar grandes volumes de dados ESG de múltiplas fontes e a falta de consistência entre fornecedores pode levar a problemas de qualidade de dados e interrupções operacionais”,

disse Don Huff, chefe global de serviços e operações ao cliente da Bloomberg Data Management Services.

“O Data License Plus ESG Manager agiliza a aquisição, o gerenciamento e a distribuição de dados no ambiente de escolha do cliente, ajudando-os a otimizar sua cadeia de fornecimento de dados e terceirizar o gerenciamento de mudanças de fornecedores para que possam se concentrar na tomada de decisões eficientes de investimento em ESG.”

Gert Raeves, Diretor de Pesquisa e Fundador da Adox Research disse:

“Embora as empresas planeiem que os dados ESG se tornem parte dos principais fluxos de trabalho de dados e investigação, elas percebem que a era dos dados ESG que se comportam da mesma forma que outros conjuntos de dados financeiros ainda não chegou. Enquanto isso, eles estão priorizando a escalabilidade técnica e a transparência dos dados para garantir que analistas, investidores e reguladores tenham as ferramentas certas para selecionar, selecionar e enriquecer os conjuntos de dados existentes com os principais atributos ESG.”

 

Fonte:  https://capitalreset.uol.com.br/transicao-energetica/hidrogenio/brasil-lidera-competitividade-de-hidrogenio-diz-estudo/?utm_campaign=10082023_-_h2__vale__cupula&utm_medium=email&utm_source=RD+Station_consumo_deloitte&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Quanto custa reduzir as emissões de CO2? A Sinai responde

Fundada por uma brasileira, a startup californiana cresce com seu ‘software de gestão de carbono’ 

Por Illana Cardial

 

Diminuir a pegada de carbono é uma preocupação cada vez mais presente no mundo corporativo. A primeira pergunta que vem à mente dos executivos é como fazê-lo. A segunda, diz Maria Fujihara, é “quanto custa”?

A brasileira Fujihara é cofundadora e CEO da Sinai Technologies, uma startup com sede em San Francisco, na Califórnia, que produz um software que une a contabilidade de gases de efeito estufa de um negócio e os diferentes cenários para realizar os cortes de emissões.

Em seis anos de vida, a empresa já recebeu US$ 40 milhões em capital de risco e conquistou clientes em 60 países, incluindo no Brasil. Embora a lista seja formada por companhias de vários setores, Fujihara diz que o foco são aqueles de mais difícil descarbonização.

 

“Damos muito suporte para as indústrias hard-to-abate, que têm seus escopos 1 e 2 maiores”, diz ela, em relação às emissões da atividade direta da empresa e as que estão associadas à energia adquirida.

“O escopo 3 [da cadeia de valor] é uma ilusão, é sempre o escopo 1 e 2 de alguém.” Setores como metais, petróleo e gás, transporte e agricultura – todos fornecedores de insumos – são a prioridade da startup.

Eis um exemplo prático. Uma parte significativa das emissões indiretas de uma montadora é o CO2 gerado na fabricação do aço que ela compra de uma siderúrgica –  e um dos clientes da Sinai é justamente a gigante ArcelorMittal.

 

Fonte:  https://capitalreset.uol.com.br/transicao-energetica/hidrogenio/brasil-lidera-competitividade-de-hidrogenio-diz-estudo/?utm_campaign=10082023_-_h2__vale__cupula&utm_medium=email&utm_source=RD+Station_consumo_deloitte&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Empresas brasileiras estão atrasadas em metas de descarbonização, diz CDP

Nova plataforma da entidade que acompanha reduções de emissões corporativas mostra que ainda há muito a fazer para limitar o aquecimento global a 1,5°C

Por Illana Cardial

 

O CDP lançou uma plataforma que vai registrar os avanços climáticos de empresas ao longo dos anos e permitir a visualização se elas estão ou não cumprindo as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa com as quais se comprometeram. 

No Brasil, 681 empresas integram o Corporate Environmental Action Tracker, das quais 23% estão no caminho certo para atingir seus compromissos. Outras 25% estão progredindo, ainda que atrasadas. 

 

O objetivo da plataforma é tornar acessível informações agregadas sobre a performance das empresas em suas trajetórias de descarbonização. Os dados são anônimos, e a análise é apresentada de maneira consolidada.

O cenário brasileiro acompanha o mundial. Só 24% das empresas ao redor do globo, responsável por 5% das emissões, estão no caminho para atingir as metas com as quais se comprometeram. 

A base completa tem quase 10 mil empresas, incluindo 90 que integram o FTSE 100, principal índice da bolsa de Londres, e 400 do S&P 500, de Nova York. 

“A gente fala muito de meta, e meta é bacana, mas tão importante quanto é entender quais são as ferramentas, a estrutura do plano de transição para ajudá-la nessa jornada”, diz a diretora-executiva do CDP na América Latina, Rebeca Lima. “O nosso foco está na trajetória”.  

De cada dez empresas no mundo que informam seus dados – voluntariamente – ao CDP (antigamente chamado Carbon Disclosure Project), oito têm algum plano de transição climática e seis apresentam metas. 

“Nas empresas consideradas, apenas um terço tem metas direcionadas para o escopo 3 [de emissões indiretas]. O engajamento da cadeia de valor continua sendo um grande desafio”, afirma Lima. 

Fonte:  https://capitalreset.uol.com.br/transicao-energetica/hidrogenio/brasil-lidera-competitividade-de-hidrogenio-diz-estudo/?utm_campaign=10082023_-_h2__vale__cupula&utm_medium=email&utm_source=RD+Station_consumo_deloitte&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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